Meu baú
Encarei minha alma de frente, fixei os olhos em meu coração, busquei no lugar mais fundo, no canto mais escuro de mim. Vasculhei lembranças, [re]organizei pensamentos. Encontrei pó e caixas fechadas, segredos trancafiados contrastando com portas escancaradas, fotografias desbotadas coladas em papéis velhos cheirando a mofo. Passei por tudo isso e fui mais fundo, encontrei um baú negro como ébano com um cadeado que reluzia. Não havia um milímetro de pó naquela caixa enorme, parecia ter sido colocado a pouco. Forcei a tampa, ela não abriu, puxei o cadeado e era de aço, aquele baú todo era imponente, parecia impossível de se abrir. Senti um peso no pescoço, uma corrente pendurada que eu nunca havia visto, a corrente era comum, mas havia um pingente em forma de chave. Não, era uma chave realmente, bonita e floreada. Segurei e senti como era gelada, firme, como o aço do cadeado. Tirei o colar e testei a chave no cadeado, encaixou. Um vento gelado bateu em meu rosto e deixou um...