Sangue, Rosas e Vinho Tinto

Uma taça e um gole. Uma rosa e um suspiro. Um corte e... a morte.

O líquido balança pelas bordas do delicado vidro da taça, balançando por dentre os dedos esguios da moça. A outra mão leva a flor vermelha as narinas, que sugam seu odor para dentro e devolvem um suspiro descrente.

O silêncio invade a penumbra da sala tão arrebatador quanto uma multidão gritando palavrões.
Raios da Lua escapam por entre a cortina entreaberta junto com a brisa gélida da noite de inverno.

As mãos se inverteram, a taça pousou sobre os lábios e cuspiu o líquido agridoce para dentro da criatura. O vinho queimou a boca como se madeira em brasa, era só sabor...

Os olhos semi-cerrados se apertaram com força. A garganta prendeu o suspiro de dor. Todos os dedos se fecharam com força, e as mãos se apertaram contra o peito e o face.

Cacos de vidro. Espinhos. Sangue.
Vinho. Pétalas. Sangue.
Vermelho. Vermelho. Sangue.

Lágrimas e alívio.

Comentários

Unknown disse…
Aperfeiçoou o estilo, muito bom.
Parabéns.

Postagens mais visitadas deste blog

O fim do fim, começo do início

Há esperança!

Soma Feminina