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Mostrando postagens de março, 2010

Dindinha

E aquela música que toca arrepia, aquela voz que estremece o peito e faz suspirar a alma. Dessas melodias que nos fazem querer viajar para longe sem sair do lugar, que inspiram e nos enchem de vontade de fazer coisas novas. "A mentira é uma princesa cuja beleza não gasta. E a verdade vive presa no espelho da madrasta." Dindinha de Zeca Baleiro, ainda melhor na voz de Ceumar.

A aventura de escolha do aprendiz*

Li isso e isso . Lembrei dos livros que não tenho lido. Dos já lidos que quero reler.Dos não lidos que quero ler. E dos não lidos que nem mesmo sei que existem. Também dos textos que não escrevo mais. Da gestação dos contos e poesias que interrompi no meio e não permiti que nascessem da minha cabeça (da alma?) e voassem para o papel. São abortos que só hoje entendo. Me afoguei na rotina, enquanto a maré me levava para onde eu achava que tinha de ir. Não lutei nenhuma vez, não tentei subir e tomar um fôlego novo. Até mesmo agora, esse texto carregado de culpas só está nascendo porque a rotina permitiu, sobrou um tempo. E a maré continua me levando... E não sei se luto para tomar um fôlego antes de descobrir para que ilha eu quero nadar, ou se descubro a ilha e depois tomo o fôlego. *Título surrupiado emprestado de Rubens Alves e Raquel Costa.

Ensaindo e enrolando

O coração acelera, a boca seca, sinto a queimação ir subindo pro rosto e sei, estou corada. Mais que isso, estou completamente vermelha, roxa. Isso porque eu nem fui ainda. É, ainda não fui falar. Estou aqui, escrevendo isso e tentando esgotar minha ansiedade em linhas para quando eu chegar e começar a falar de fato não reste nem um pouquinho de cor no rosto. Para que minha voz saia sem medo, e não fique presa atrás da língua. Continuo aqui. É, ainda não fui. O tremor pelo corpo continua, então é melhor esperar mais um pouco e gastá-lo nessas linhas. Tento aprender que o máximo que pode acontecer é ouvir um "não". É, eu vou lá.

Críticas e o que eu queria

Sabe, eu queria ser mais crítica. Com tudo. Porque para mim ser mais crítica é sinônimo de ser mais entendida das coisas. Queria ser assim com a comida, daquelas que engole uma garfada e já fala da combinação dos temperos e avisa que a cozinheira exagerou em algum tempero exótico que só quem liga para essas coisas sabe o nome. Queria me acostumar em misturar doce com salgado, porque isso sim é sinal de paladar refinado. Mas para mim ou é doce ou é salgado, para quê misturar? É, eu não sou crítica de comida, não. Queria apreciar vinho, sabe? Pegar aquela taça de vidro fino - mas tão fino que se espirrar quebra - balança-lá, vendo o redemoinho vermelho se formando, cheirar elegantemente com cara de êxtase. E, só então, bebericar e dar o veredicto: "as uvas foram mal colhidas". Ou "a safra desse ano foi a melhor". Ou ainda, "esse vinho não combina muito com massa, mas com peixe ia ser divino". Saber os nomes das uvas também ia ser legal, sabe? Queria saber o

Chegou a hora

Já abri os olhos e soube que tudo que eu tinha medo de encarar era realmente tudo aquilo que eu era. Tudo que eu nasci para ser. Hoje, volto a abrir os olhos, e continuo sabendo disso. Mas o medo de encarar continua aqui e, não adianta eu achar que não, eu tenho medo. Medo do que dizem, medo do que pensam, medo de estar errada, medo de errar. E não adianta o quanto eu diga que sou só uma curiosa, ou só uma estudante, eu sei que sou mais que isso. Não dá para renegar: eu sou uma bruxa. Com todo o peso da palavra, com todo o lado negro que eu entendo por isso. Não adianta mais fugir para trás dos livros, da teoria, é hora de me despir dos medos, das vergonhas e me assumir. Hora de cuspir o máximo da hipocrisia que trago no peito e que me sussurra: "Será que é tudo verdade?". Chega de desconfiar do que eu sei, de simplesmente dizer que acredito, é hora de simplesmente viver, de fazer que a crença teórica que carrego no peito se torne real. De acreditar que com um pensamento eu p