Há esperança!
Aprendendo a me equilibrar curva a curva de asfalto filosófico, me perdendo em meus próprios pensamentos loucos, me encontrando em cochilos rápidos, procurando a poesia que o tempo levou de mim, tentando unir palavras que minha cabeça esquece, desejando uma máquina que guarde pensamentos...e assim eu vou, caminhando com as pernas imóveis, percorrendo caminhos idênticos: ora reais, ora mentais.
O painel cheio de luzes me chama, me convida, tento adivinhar para que serve cada luz, sigo em um jogo sem vencedores, onde os jogadores sou eu e mim mesma. E o tempo passa...as noites vão sempre iguais.
A menina segue procurando a mulher, jurando que erraram na receita e colocaram uma alma masculinizada demais para uma pessoa tão pequena. Sem saber se ser menina-mulher-homem é mais um dos muitos contrastes, sigo, tentando crescer, feminizando meu ser sem perder a acidez masculina nem a inocência da menina.
Escrevo, sem encontrar a poesia. Pensando que se poeta não combina com minha alma, quem dirá poetisa: títulos doces demais para meu acre sabor.
Penso em quantos mais percebem que se na mão direita tenho uma borboleta amarelo sol, na esquerda tenho um corvo negro noite. Sigo, sem saber se é tudo coisa de uma cabeça fértil demais...
Desisto de poetizar minhas palavras, já devo ter acostumado com a praticidade. É fato: PERDI A POESIA! Deixei de lado os floreios, esqueci onde deixei os rodeios literários. Consumou-se: ME PERDI!
Há alguns anos todo meu eu era recheado de palavras, vírgulas e pontos. Quantas noites em claro manchando papéis, canetas destruídas nessa pequena mão, palavras desperdiçadas no vento da noite, sonhos vomitados em cadernos velhos. E hoje? O que tenho?
Se foram as palavras, perdi a literatura, esqueci os fonemas, desperdicei as figuras de linguagem. Enfim: GASTEI TODO MEU VOCABULÁRIO! Até aquele que eu não tinha.
Nesse parágrafo eu diria do arrepio frio que me passava à espinha durante as horas perdidas em poemas e contos, do prazer macabro e gélido que me trazia. E da falta que me faz...mas,de repente, ele voltou, escrever em códigos me excita novamente. Fecho os olhos e o sinto aqui, o arrepio, deixo que ele erice cada pelo da minha coluna, sinto minha pele repuxando junto com meus lábios em um sorriso discreto, sincero.
Talvez eu ainda tenha salvação, talvez, só talvez, as palavras não tenham fugido para muito longe, e ainda exista chance de eu correr atrás delas. Pode até ser que algum dia minha poesia se torne literatura de verdade, e não seja somente esses rabiscos virtuais e sem muito sentido.
Esse sonho de criança ainda está vivo, mas tão longe, tão distante, que o arrepio vem acompanhado de olho marejados. Minha única arte é a escrita, meu único dom são as palavras, mas nunca fui suficientemente bom para mim, eu quero mais, preciso de mais. Mais inspiração, mais talento, mais qualidade, mais poesia...
Preciso de mais eu?
...esperança...
O painel cheio de luzes me chama, me convida, tento adivinhar para que serve cada luz, sigo em um jogo sem vencedores, onde os jogadores sou eu e mim mesma. E o tempo passa...as noites vão sempre iguais.
A menina segue procurando a mulher, jurando que erraram na receita e colocaram uma alma masculinizada demais para uma pessoa tão pequena. Sem saber se ser menina-mulher-homem é mais um dos muitos contrastes, sigo, tentando crescer, feminizando meu ser sem perder a acidez masculina nem a inocência da menina.
Escrevo, sem encontrar a poesia. Pensando que se poeta não combina com minha alma, quem dirá poetisa: títulos doces demais para meu acre sabor.
Penso em quantos mais percebem que se na mão direita tenho uma borboleta amarelo sol, na esquerda tenho um corvo negro noite. Sigo, sem saber se é tudo coisa de uma cabeça fértil demais...
Desisto de poetizar minhas palavras, já devo ter acostumado com a praticidade. É fato: PERDI A POESIA! Deixei de lado os floreios, esqueci onde deixei os rodeios literários. Consumou-se: ME PERDI!
Há alguns anos todo meu eu era recheado de palavras, vírgulas e pontos. Quantas noites em claro manchando papéis, canetas destruídas nessa pequena mão, palavras desperdiçadas no vento da noite, sonhos vomitados em cadernos velhos. E hoje? O que tenho?
Se foram as palavras, perdi a literatura, esqueci os fonemas, desperdicei as figuras de linguagem. Enfim: GASTEI TODO MEU VOCABULÁRIO! Até aquele que eu não tinha.
Nesse parágrafo eu diria do arrepio frio que me passava à espinha durante as horas perdidas em poemas e contos, do prazer macabro e gélido que me trazia. E da falta que me faz...mas,de repente, ele voltou, escrever em códigos me excita novamente. Fecho os olhos e o sinto aqui, o arrepio, deixo que ele erice cada pelo da minha coluna, sinto minha pele repuxando junto com meus lábios em um sorriso discreto, sincero.
Talvez eu ainda tenha salvação, talvez, só talvez, as palavras não tenham fugido para muito longe, e ainda exista chance de eu correr atrás delas. Pode até ser que algum dia minha poesia se torne literatura de verdade, e não seja somente esses rabiscos virtuais e sem muito sentido.
Esse sonho de criança ainda está vivo, mas tão longe, tão distante, que o arrepio vem acompanhado de olho marejados. Minha única arte é a escrita, meu único dom são as palavras, mas nunca fui suficientemente bom para mim, eu quero mais, preciso de mais. Mais inspiração, mais talento, mais qualidade, mais poesia...
Preciso de mais eu?
...esperança...
Comentários
Bjs
Desculpa a minha ausência nas últimas atualizações, farei questão de comentá-las ainda... é um prazer voltar a lê-la, beijão!
Depois de escrever coisas tão bonitas e angustiantes, como pode-se deizer não mais poetisa?
Roberta, continuo dizendo. Você escreve muito bem, muito mesmo. Não desista garota, que você vai longe. Você soube como me passar perfeitamente a sua angústia.
Parecidíssima aliás!
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tenho enorme prazer em lhe convidar para aderir a minha primeira campanha: A Amazônia é nossa!
Se quiser participar, poderá ler a postagem sobre a mesma:
http://devaneios-online.blogspot.com/2008/03/amaznia-nossa.html
Estou deixando o endereço aqui para ficar mais fácil localizar a postagem no blog, já que na medida que for fazendo outras, ela vai descer.
Se for participar da campanha, poderá pegar o selo em meu blog. Pode indicar quantos blogs quiser, desde que passe para eles o endereço da postagem em meu blog. Você também deverá fazer uma postagem sobre o assunto, a fim de conscientizar os blogueiros da importância da floresta. Ajude! Conto com você, a Floresta Amazônica agradece!
Beijos!
"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco. Para o triunfo do mal basta que os bons fiquem de braços cruzados" (Edmund Burke)
Bjos
Leon K. Nunes : Visionária? Quem me derá! Obrigada pelo comentário, mesmo que eu não concorde com os elogios! Rsrs...é sempre bem-vindo! Abraços
Arthur Silva: Obrigada, moço! Conseguir passar minha angústia já é um ótimo passo, rs... eu tento escrever, mas nunca sai suficientemente bom!!! Abraços!
Camilla: Então sabe bem como é!
Minhas provas e trabalhos começaram, moça...não sei se terei tempo, quando elas acabarem, uma duas semanas ainda, vou ver se consigo participar!
Bjos
Mas a realidade é outra, e quando realmente se quer uma melhora, a melhora acontece.
E ah, Rô, não fui chamada para faculdade, e estou indo fazer minha matrícula em outro cursinho... Tem que ter um lado bom disso tudo, e não simplesmente esperar que as coisas caem dos céus.
E te agradeço pelas palavras. São tão sinceras e bem recebidas. Obrigada mesmo!!
E se tu queres mais, com certeza terás mais e será do melhor. Tenho certeza disso.
Um beijo bem grande pra ti! :)
Obrigada mais uma vez!!!
Bjitos!
Posia não precisa de versos. Na verdade nem de palavras e um corpo feminino. Vc simplesmente a sente borbulhando dentro de vc
e enquanto houver esperança, enquanto tivermos a capacidade de sonhar...
Continuaremos.
Texto bonito, denso e sincero. Que legal te ler agora.
Abração
Há esperança, e você sabe disso! Você ainda nem alcançou a flor da idade, ainda é um botão aprendendo a lidar com a vida!! Deixe que o tempo te desabroche, querida!!!
Bjos...que o sol te aqueça as pétalas!
*Lusinha*: Obrigada, moça!
Vitória: Comentário muito poético! rs...Adorei!
Realmente, ela borbulha, mas é preciso que ela chegue ao papel se não minha alma não se acalma!!
Jacinta: Continuaremos...dia ou outro a esperança parecerá que foi embora, mas voltará, e sentiremos seu calor, por vezes angustiante! E poderemos viver novamente!!
Obrigada querida!
Abraços
Quando vc vai voltar???