[...é o templo...] Adentro o templo devagar, passadas curtas, receosas. A escuridão toma conta do recinto, mas aos poucos meus olhos se acostumam e encontram fachos de luz que entram pelas rachaduras das paredes descuidadas. A poeira vai se acumulando pelos cantos, tomando conta das superfícies. Teias de aranha se espalham pelo teto, deslizam pelas paredes, alcançam o chão e não é difícil avistar suas hábeis tecelãs caminhando tranquilas. O ar é pesado, úmido e quente. O musgo encobre a pintura que nem mesmo foi completada. Ervas daninhas encontram espaço entre os tijolos e telhas. Escadas que não levam a lugar nenhum, labirintos suicidas. Portas que não abrem. Salas que não abrigam nada... Impossível não se infestar pela combinação grotesca da fauna e flora indesejada daquela construção mal planejada. [...em construção até o último suspiro...]
Não, eu não morri! Mas minha vida ficou uma bagunça, aliás, ela já estava uma bagunça faz um tempo e, eu demorei para tomar atitude. Junte isso a um emprego (sim, señores, agora eu volto para a estátistica dos EMPREGADOS!), às provas da faculdade e a trabalhos freelancer (ou algo assim) e...BoOm! O resultado é total falta de tempo.Sexta as provas acabaram e essa semana tenho vista de prova, acho que não fui muito mal em nenhuma.Vida bagunçada para mim é resolvida de um jeito simples (simples?) peço um tempo de tudo e arrumo o quarto! Separo as roupas que não uso mais, jogo fora os papéis que não uso e toda tranquerada que vou guardando sem nem querer e, ao mesmo tempo, vou jogando fora os pensamentos velhos,limpando as feridas, organizando a cabeça e a alma, polindo o coração. E assim consigo me arrumar.O novo emprego é temporário, mas veio em boa hora, participei de um processo seletivo da Secretaria da Educação no começo do ano e passei. Consegui uma vaga na minha cidade (sim!) e ago...
Ela mergulhou com Sedna, foi fundo, mas no ponto errado. Confundiu dor com ódio e se afundou em veneno. Quis proteger o coração partido e se revestiu de uma armadura embebida em raiva e decepção. Só não percebeu as lâminas do lado de dentro. Elas aumentavam o corte, sangravam a carne, amplificavam qualquer golpe externo e tudo ficava mais fundo, mais dolorido. Era orgulho, era medo. Muito medo. A armadura também tampava os olhos, e ela não via bem. Não via a chance escapando, não via o amor sendo destruído. Não via... Ela tenta tirar a armadura, mas ela fincou na pele, as lâminas são ganchos que fisgam a carne. É preciso tirar devagar, com cuidado. É preciso emergir, voltar a superfície. Jogar a armadura é reconhecer o amor, mesmo no coração partido. É esquecer o orgulho. É poder nadar livremente, é recuperar o amor.
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bjinhus..