Sentada, abraçando meus joelhos observo o ambiente, a tempestade de outrora se transformou em uma garoa fina e tranqüila, completamente diferente das gotas pesadas e doloridas que caiam anteriormente. As gotas leves misturam-se a minhas lágrimas, que caem sem nenhum esforço, apenas se soltam sobre a face. O quadro é todo cinza, um deserto cinza, as poucas árvores são desse tom e não tem mais folhas, seus troncos secos se mostram imponentes e não se importam com todo o resto. O céu ainda exibe as nuvens espessas e acinzentadas da tempestade que passou, sinto que se erguer meu braço posso pegar o ar, tão pesado que esta. Há destroços em tudo que olho, pedaços de minha vida estão ali, jogados, destruídos...pedaços de mim. Muita coisa boa se quebrou, mas também coisas ruins. O cinza me oprime, me sufoca, mas sinto a esperança aumentar a cada minuto em meu coração ferido, e a cada vez que a brisa leve toca meu rosto sinto vibrar a paz em meu peito, é quando vejo um pouco de cor. Eu posso re
Aprendendo a me equilibrar curva a curva de asfalto filosófico, me perdendo em meus próprios pensamentos loucos, me encontrando em cochilos rápidos, procurando a poesia que o tempo levou de mim, tentando unir palavras que minha cabeça esquece, desejando uma máquina que guarde pensamentos...e assim eu vou, caminhando com as pernas imóveis, percorrendo caminhos idênticos: ora reais, ora mentais. O painel cheio de luzes me chama, me convida, tento adivinhar para que serve cada luz, sigo em um jogo sem vencedores, onde os jogadores sou eu e mim mesma. E o tempo passa...as noites vão sempre iguais. A menina segue procurando a mulher, jurando que erraram na receita e colocaram uma alma masculinizada demais para uma pessoa tão pequena. Sem saber se ser menina-mulher-homem é mais um dos muitos contrastes, sigo, tentando crescer, feminizando meu ser sem perder a acidez masculina nem a inocência da menina. Escrevo, sem encontrar a poesia. Pensando que se poeta não combina com minha alma, quem di
A maior dificuldade que eu tenho nessa minha vida com certeza é essa coisa, óbvia, de eu ser mulher.Os homens nunca vão entender isso, mas ser mulher dá muito trabalho! Vocês acham que não nos entendem, então, imagine não se entenderem, meus queridos e, poderão imaginar a complexidade dessa garota que vos fala.Nós mulheres temos essa coisa irritante da esperança, é nós somos esperançosas, e não, isso não é bom. Não importa o que seja, não importa o quão impossível, nós acreditamos! Temos esperança que os céus olhem por nós e aconteça em um milagre.Acreditamos que se nós arrumarmos bastante ele vai reparar, que hoje pode não ter reparado, mas amanhã é só pôr aquele esmalte cor de sangue e ele vai notar. Temos também isso do drama, usando o mesmo exemplo, a moça vai lá no salão corta muito o cabelo (as pontas, no máximo três dedinhos...não, queridos, dedo de medida não dedo da mão) e quando o namorado vem ver chora até a última gota de líquido do corpo porque ele não reparou. Detalhe que
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bjinhus..